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portadaalbumt“O efeito da memória é levar-nos aos ausentes, para que estejamos com eles, e trazê-los a eles a nós, para que estejam connosco. “ Padre António Vieira

Desde criança que fui ouvindo histórias do meu avô materno o qual nunca cheguei a conhecer. A curiosidade e a magia gerada por estas histórias e pelos relatos da família, sempre ligados à paixão do meu avô pelas motas e pelos carros, foram alimentando o meu imaginário de criança.

Já mais velho, foi-me cedida pela minha mãe a coleção de recordações do meu avô que carinhosamente guardava e isso levou-me a investigar um pouco mais sobre a sua vida e carreira desportiva.

Com a investigação e com os dados que tenho recolhido, surgiu a ideia de criar um local onde pudesse ir organizando e disponibilizando a informação que fui reunindo do meu avô João Rezende dos Santos, surgindo assim esta página.

A INVESTIGAÇÃO

Com base na informação que tinha disponível, proveniente dos recortes de jornais e revistas da época, fui criando uma relação cronológica das provas, dos carros utilizados e dos resultados obtidos. As fotografias antigas também foram uma importante fonte mas nem sempre tão esclarecedora quanto desejava. Seguiu-se a busca de outros registos em formato digital através da internet. Do que reuni, privilegiei sempre a informação confirmada em mais do que uma fonte. Espero que, com a divulgação desta página, consiga ir reunindo mais contributos para assim enriquecer a história e o seu conteúdo.

O NOME

É curioso verificar que o facto de ter emigrado para a Venezuela, levou a que o seu nome fosse traduzido muitas vezes para castelhano aparecendo assim diversas referências como Juan dos Santos. O seu apelido também foi variando entre Portugal e a Venezuela, aparecendo muitas vezes como Resende. Em particular, uma referência como Rozendo dos Santos num site dedicado à carreira do piloto argentino Juan Manuel Fangio, levou igualmente a uma difusão de referências erradas do seu nome. Tenho tentado ir disseminando a informação correta mas nem sempre com sucesso.

AS PROVAS, OS PILOTOS E OS CARROS NOS ANOS 50

Uma das coisas mais apaixonantes que se pode encontrar quando passamos em revista as corridas de automóveis da década de 50, é o verdadeiro espírito aventureiro dos pilotos. Nesta época sobressaía, sem qualquer dúvida, a qualidade de condução e a audácia dos pilotos pois, considerando factores como: o mau estado de algumas das estradas em que se realizavam as provas, a sua longa duração, a elevada potência dos carros, a pouca protecção aerodinâmica, a inexistência de protecção passiva do habitáculo e a reduzida espessura dos pneus; tinha de ser realmente extraordinária a perícia dos homens do volante! Neste aspecto, é relevante a grande quantidade de pilotos que na altura faleciam em consequência de acidentes em provas.

Por toda a Europa o período do pós-II Guerra caracterizou-se por um grande esforço de reconstrução e de recuperação económica, não existia abundância de bens e em particular existia uma elevada carência de combustíveis e de borracha. Contudo, o desporto automóvel desenvolvia-se e era grande o entusiasmo com que as pessoas acompanhavam as provas.

Na América do Sul os efeitos da Guerra não foram sentidos com tanta intensidade e a Venezuela em particular vivia os benefícios dos rendimentos da exploração petrolífera que lhe proporcionavam um grande desenvolvimento. Embora registasse alguma instabilidade política, fruto do regime de ditadura que perdurou até 1958, os registos de Caracas nesta época mostram uma cidade com grandes obras apoiadas pelo regime político e com uma grande vida social. O meu Avô, emigra para a Venezuela no início dos anos 50 e, aproveitando este clima de prosperidade, dá continuidade e maior expressão à sua paixão pelo desporto automóvel.

OS FERRARI

Foram várias as marcas dos carros que o meu Avô pilotou contudo, qualquer referência aos carros da marca do “Cavallino Rampante” é sempre uma nota de destaque no desporto automóvel. Fiquei particularmente fascinado por existirem evidências de que teria tido a oportunidade de possuir e de conduzir 4 modelos distintos, ficando ainda a dúvida sobre um quinto modelo. Nesta parte da investigação tiveram particular relevância as referências históricas que se encontram relativamente aos carros da marca. É bastante profusa a informação que se encontra de antigos donos, corridas e condutores desta marca, permitindo assim fazer uma reconstituição dos carros pilotados pelo meu Avô e das provas em que participou.

5 pensamentos sobre “Início

  1. Good Evening. Recently some debate has taken place whether João Rezende dos Santos was at the 1956 Italian GP as guest of Equipe Gordini, and possibly drove one of their cars in practice. Would you have any information on that? Thank you.

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